quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Da primeira vez em que me assassinaram

Da primeira vez em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorri que tinha...
Depois, de cada vez que me mataram.
Foram levandoqualquer coisa minha...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como único bem que ficou!

Vinde, coros, chacais, ladrões da estrada!
Ah! dessa mão avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! voeijai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!

QUINTANA, Mário. Melhores Poemas. Seleção Fausto Cunha. 17ª ed. São Paulo: Global, 2005.

O eu-lírico, ao compor o soneto, busca, na linguagem conotativa, um dos temas mais caros a nós humanos: assassinato. Com esse tema vai mostrando que  diariamente somos assassinados em nossos ideais e sonhos.Diante disso, devemos pensar em quantas vezes nos assassinam e ficamos chorando sobre nosso cadáver, sem pensar na chama da vela ( vida) que pulsa em nós, sem se apagar. Os assassinos ou aves da Noite só têm para si e para os outros escuridão e morte, mas o morto tem bem mais: a experiência, a sabedoria e a esperança- chamas que nos ajudam a burilar a vida e tornar-nos melhores e prontos para novas "mortes".


Texto 1 QUESTÃO 1========================= Na primeira oração, a vírgula foi utilizada, porque há A) um vocativo. B) um aposto. C) um...