quarta-feira, 13 de junho de 2012

Compreensão e escrita


Leia os te
Leia os textos abaixo:
Texto I
 Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.
Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins de 1966, onde começou como copydesk mas trabalhou em diversas seções ("editor de frescuras", redator, editor nacional e internacional). Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, do livro "A Grande Mulher Nua", uma coletânea de seus textos. Participou também da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada em livro homônimo.
Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort em "Com a Mão no Milhão", Ed Mort em "A Conexão Nazista", Ed Mort em "O Seqüestro do Zagueiro Central", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho, Zoeira , Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios.
Texto II
Na opinião de Jaguar "Verissimo é uma fábrica de fazer humor. Muito e bom. Meu consolo — comparando meu artesanato de chistes e cartuns com sua fábrica — era que, enquanto eu rodo pelaí com minha grande capacidade ociosa pelos bares da vida, na busca insaciável do prazer (B.I.P.), o campeão do humor trabalha como um mouro (se é que os mouros trabalham). Pensava que, com aquela vasta produção, ele só podia levantar os olhos da máquina de escrever para pingar colírio, como dizia o Stanislaw Ponte Preta. Boemia, papos furados pela noite a dentro, curtir restaurantes malocados, lazer em suma, nem pensar. De manhã à noite, sempre com a placa "Homens Trabalhando" pendurada no pescoço."
Texto III
"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda." (O Gigolô das palavras). Luís Fernando Veríssimo

Texto IV
Emergência
         É fácil identificar o passageiro de primeira viagem. É o que já entra no avião desconfiado. O cumprimento da aeromoça, na porta do avião, já é um desafio para a sua compreensão.
       - Bom dia...
       - Como assim?
       Ele faz questão de sentar num banco de corredor, perto da porta. Para ser o primeiro a sair no caso de alguma coisa dar errado. Tem dificuldade com o cinto de segurança. Não consegue atá-lo. Confidencia para o passageiro ao seu lado:
       - Não encontro o buraquinho. Não tem buraquinho?
      Acaba esquecendo a fivela e dando um nó no cinto. Comenta, com um falso riso descontraído: “Até aqui, tudo bem”. O passageiro ao lado explica que o avião ainda está parado, mas ele não ouve. A aeromoça vem lhe oferecer um jornal, mas ele recusa.
     - Obrigado. Não bebo.
      Quando o avião começa a correr pela pista antes de levantar vôo, ele é aquele com os olhos arregalados e a expressão de Santa Mãe do Céu! No rosto. Com o avião no ar, dá uma espiada pela janela e se arrepende. É a última espiada que dará pela janela.
      Mas o pior está por vir. De repente ele ouve uma misteriosa voz descarnada. Olha para todos os lados para descobrir de onde sai a voz.
       “Senhores passageiros, sua atenção, por favor. A seguir, nosso pessoal de bordo fará uma demonstração de rotina do sistema de segurança deste aparelho. Há saídas de emergência na frente, nos dois lados e atrás”.
      - Emergência? Que emergência. Quando eu comprei a passagem ninguém falou nada em emergência. Olha, o meu é sem emergência.
     Uma das aeromoças, de pé ao seu lado, tenta acalmá-lo.
      - Isto é apenas rotina, cavalheiro.
      - Odeio a rotina. Aposto que você diz isso para todos. Ai meu santo.
  “     No caso de despressurização da cabina, máscaras de oxigênio cairão automaticamente de seus compartimentos”.
       - Que história é essa. Que despressurização? Que cabina?
      “Puxe a máscara em sua direção. Isso acionará o suprimento de oxigênio. Coloque a máscara sobre o rosto e respire normalmente”.
     - Respirar normalmente?! A cabina despressurizada, máscaras de oxigênio caindo sobre nossas cabeças – e ele quer que a gente respire normalmente?!
      “Em caso de pouso forçado na água...”
      - O quê?!
      “... os assentos de suas cadeiras são flutuantes e podem ser levados para fora do aparelho e...”
     - Essa não! Bancos flutuantes, não! Tudo, menos bancos flutuantes!
     - Calma, cavalheiro.
     - Eu desisto! Parem este troço que eu vou descer. Onde é a cordinha? Parem!
      - Cavalheiro, por favor. Fique calmo.
     - Eu estou calmo. Calmíssimo. Você é que está nervosa e, não sei por quê, está tentando arrancar as minhas mãos do pescoço deste cavalheiro ao meu lado. Que, aliás, também parece consternado e levemente azul.
     - Calma! Isso. Pronto. Fique tranqüilo. Não vai acontecer nada
     - Só não quero mais ouvir falar de banco flutuante.
     - Certo. Ninguém mais vai falar em banco flutuante.
     Ele se vira para o passageiro ao lado, que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas. Perdeu a cabeça.
       - É que banco flutuante foi demais. Imagine só. Todo mundo flutuando sentado. Fazendo sala no meio do Oceano Atlântico!
      A aeromoça diz que lhe vai trazer um calmante e aí mesmo é que ele dá um pulo:
     - Calmante, por quê? O que é que está acontecendo? Vocês estão me escondendo alguma coisa!
      Finalmente, a muito custo, conseguem acalmá-lo. Ele fica rígido na cadeira. Recusa tudo que lhe é oferecido. Não quer o almoço. Pergunta se pode receber a sua comida em dinheiro. Deixa cair a cabeça para trás e tenta dormir. Mas, a cada sacudida do avião, abre os olhos e fica cuidando a portinha do compartimento sobre sua cabeça, de onde, a qualquer momento, pode pular uma máscara de oxigênio e matá-lo do coração.
     De repente, outra voz. Desta vez é a do comandante.
     - Senhores passageiros, aqui fala o comandante Araújo. Neste momento, à nossa direita, podemos ver a cidade de...
     Ele pula outra vez da cadeira e grita para a cabina do piloto:
      - Olha para a frente, Araújo! Olha para a frente! (Luís Fernando Veríssimo)
 
                                                            Disponívem em: http://www.quemtemsedevenha.com.br/emergencia.htm )acesso: 02/10/11
Após ler os textos,  procure responder as questões:
1. Quanto oo gêneros dos textos,  temos:
A. I – crônica, II- biografia, III – opinião  IV- fábula     
B.  I – biografia, II-opinião, III – opinião  IV- fábula.     
C.  I – biografia, II-opinião, III – opinião  IV- crônica.      
D.  I –fábula, II-opinião, III – opinião  IV- crônica.      
2. Responda:
A. Que informações temos sobre o autor no texto I?
B. Que ligação temos entre o texto I e II?
C. que ligação temos entre os textos II e IV?
D. qual  é a opinião de Verissímo sobre o ato de escrever?
E.  que assunto é abordado no texto IV?
As questões que seguem referem-se ao texto IV.
3. O texto começa, afirmando que é fácil identificar passageiro de primeira viagem. Segundo o texto, como age esse passageiro?
4. O texto desenvolve-se através do humor. Em que passagens, o  humor fica mais evidenciado?
5.     “Ele se vira para o passageiro ao lado, que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas. Perdeu a cabeça.”. Nessa passagem, que informação está implícita? Como o leitor pode  identificá-la?
6.  No texto, aparece a palavra despressurização. Você sabe o que ela significa? É possível deduzir o significado pelo contexto?
7.  Em:  Ele fica rígido na cadeira, o termo em destaque refere-se à/ao:
A. aeromoça.
                                                            B. piloto       
C. passageiro de primeira viagem                               D. cavalheiro.
8. A pontuação de um texto se deve ao gênero e ajuda o leitor a ter ideia da emoção presente no texto. Quais sinais de pontuação são mais utilizados pelo autor? Por que ele fez uso desse tipo de pontuação?
9. Agora que você já se familiarizou com o texto IV, procure escrever um resumo sobre ele. Min. 05L; Max. 10L
10. Agora é sua vez de brincar de escritor, pense em uma situação engraçada e produza uma crônica.

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